domingo, 1 de março de 2015

PROSPECTIVA POLÍTICA TELEOLÓGICA E AS SOLUÇÕES PARA O PAÍS

A Teleologia é a ciência dos fins; isto é, o estudo filosófico do propósito, do objectivo ou finalidade.

Nos tempos que correm a maioria das pessoas começa a acordar (finalmente) para a crise económica e financeira, mas sobretudo Moral e Política em que mergulhámos – o que levará, por exemplo, a Câmara de Carrazeda de Anciães [1] a sentir a necessidade de oferecer gratuitamente à população, uma sessão do último filme “As 50 Sombras de Grey”? - crise que começou para Portugal faz décadas, mas que foi sempre iludida pela mirífica promessa de prosperidade eterna que a entrada na CEE nos garantiria; pela irresponsável distribuição de subsídios a esmo e, sobretudo, pela “doença infantil” da “Democracia” que toma o nome de Demagogia.
 
Tudo devidamente plasmado na Comunicação Social que temos.
 
Por outro lado, a classe política, que se foi, maioritariamente, desnacionalizando quase até ao tutano, vê-se na contingência de ter de mudar alguma coisa, já que a situação assim o obriga, quanto mais não seja porque o crédito fácil apesar de não ter secado, necessita ser negociado com prudência para impedir que a dívida – que nas circunstâncias actuais é impagável e não cessa de aumentar – faça implodir todo o sistema.
 
Finalmente o desenvolvimento dos conflitos a nível mundial e sobretudo aqueles que podem afectar directamente a Europa – como são a imigração descontrolada; o extremismo islâmico; o abastecimento de energia; a instabilidade dos Balcãs e do Norte de África, a “invasão” chinesa e a reemergência da Guerra Fria (ou quente) com a Rússia, que a guerra na Ucrânia é apenas o último episódio – fizeram os europeus, onde se incluem os portugueses, entender que a violência destruidora se pode abater sobre eles, novamente.
 
Tudo isto vai obrigar a mudar o “status quo”, o que é cíclico.
 
Nada, aliás, que seja novo debaixo do Sol!
 
Sem embargo, está tudo baralhado e confuso em Portugal – nos outros países europeus também, mas cada realidade é diferente – e ninguém (salvo os “iniciados”) sabe o que se há - de fazer.
 
Independentemente de seja o que for que venha a acontecer, é mister colocar-se e responder-se, em Portugal, a uma pergunta assaz pertinente e que é esta: pretendem, ou não, os portugueses manter-se como povo diferenciado, independente e soberano no concerto das Nações, Etnias, Estados e “agrupamentos” regionais, que existem no Mundo?
 
Ou se não se importam, ou até preferem, diluir-se paulatinamente, numa outra entidade política qualquer (a mais próxima chama-se UE), ou deixar-se amalgamar numa mole humanitária indiferenciada?

 
A esta questão, a classe política dirá, candidamente, que a sua necessidade não se coloca (eles adoram iludir a realidade!), por não haver nada que a justifique…
 
Ao mesmo tempo que afivelarão um ar de virgens ofendidas.
 
Ora responder a esta pergunta é fundamental – e a sua resposta tem que ser clara e inequívoca - não só porque ela representa o objectivo nacional permanente histórico mais importante desde Afonso Henriques, como a sua resposta condiciona totalmente a Política e a Estratégia que os nossos políticos deviam ser mandatados a fazer pelo Povo Português.
 
Ou seja, é uma questão teleológica…
 
E aqui começa o verdadeiro busílis de tudo isto: nós temos que conseguir colocar nos órgãos de soberania pessoas que, sendo portuguesas, pensem e ajam, como tal.
 
E, naturalmente, defendam os interesses da sua terra e das suas gentes.
 
Ora não tem sido isto que se tem passado.
 
Tal deriva de variadas razões: pela desnacionalização (e abandalhamento) do ensino e dos órgãos de comunicação social; pela corrupção materialista; pela agregação a ideologias políticas erradas e ou, criminosas; pelo relativismo moral, pela transformação da vida teocêntrica (centrada em Deus) pela androcêntrica (centrada no homem), até o reduzir a um simples indivíduo que supostamente pode ser Deus de si mesmo e criar a sua própria Moral.
 
Por último e cada vez mais acentuadamente, pela cooptação de indivíduos para organizações de Poder internacionalista, posteriormente inoculados nos órgãos de soberania nacionais.
 
Tudo acompanhado pela eliminação do Direito Natural nos últimos 200 anos, a favor do Racionalismo e Positivismo e acabando na eleição de “Mamon” como Deus de todos os homens.
 
Nós estamos a desaparecer aos poucos, como comunidade autónoma e individualizada, no concerto das Nações e dos Estados: não nascem crianças, e grande parte das que nascem portuguesas tem a ver com o “Jus Solis” e não com o “Jus sanguini”; emigramos e recebemos imigrantes em quantidades que passaram a afectar a nossa matriz idiossincrática; alienamos soberania insensatamente, sem pesar as consequências; destruímos as instituições nacionais, que são pilares da nossa existência, com a imprudência e contentamento, que só a ignorância atrevida explica, ou a ganância do dinheiro ou a traição ideológica, escoram; vendemos empresas, terrenos e património vário, pelas mesmas razões; deixámos de cunhar moeda; privatizámos bens essenciais, etc..
 
Prostituímo-nos, enfim, com a quimera dos vistos “Gold” e a oferta da nacionalidade a quem pague o óbolo…
 
Fora o que aí vem mais, que é muito e que é mau. Direi até, assustador.
 
Deixamos que nos façam tudo isto, comportando-nos como um rebanho manso e acéfalo de ovelhas tosquiadas.
 
De pés e mãos atadas pela dívida escravizante e leis alheias, em que governantes mal avisados nos enredaram e em que nos deixámos enredar, por via da falta de informação e das fraquezas da natureza humana.
 
Estamos como Nação (a mais antiga da Europa e direi que do mundo) – palavra que não aparece uma única vez no texto da Constituição da República – à beira do suicídio colectivo.
 
Uma opção, ela própria, não só teleológica mas quase escatológica.[2]
 


[1] Pequena povoação perdida nos confins de Trás-os-Montes, constituída maioritariamente por uma população envelhecida, de baixo nível cultural, subsídio e social dependente, usufruindo de uma economia de subsistência…
[2] Escatológica no sentido filosófico e religioso do termo, não no sentido de “Coprologia”.

4 comentários:

WOLF disse...

Bom post.
O diagnóstico está feito.
Muito resumido, o regime actual(a democracia) não serve os superiores interesses da Nação.

Agora há é quem queira passar a ideia de que a Nação é uma forma de regime escolhida para gerir a democracia.


Isto não pode ser tempo de "esparregatas".

Se a democracia destrói a Pátria, e isto é FACTUAL e não opinativo, não se pode ser democrata e patriota ao mesmo tempo.

E por isso há que escolher o lado da "barricada".
A favor da Pátria(contra a democracia portanto),
ou contra a Pátria(a favor da democracia portanto).

Quem se diz patriota e democrata simultaneamente, é a mesma coisa que afirmar algo de género:

"Eu gosto muito de crianças, e por isso sou pedófilo."

Como é possível alguém que afirme amar a sua Pátria, não odiar aquilo que mais a prejudica(a democracia obviamente)?

Ricardo disse...

Chegou-se ao ponto tal em que se canta a internacional ao mesmo tempo que se passa a "ideia" de patriota de esquerda,e isso só é possível tendo em conta o descalabro completo dos partidos do "arco do poder" dos últimos 20 anos.Em 1975 ainda se evitou a tragédia(em poucos meses quase deram cabo de tudo)comunista mas abriu-se o caminho para o descalabro actual onde as ideologias são apenas uma fachada para esconder a corrupção,a incompetência e o oportunismo(na política e negócios).Precisamos de um Conde de Oeiras(M de Pombal)pois isto que estamos a ver é terramoto 9,9 na escala da decadência.

Anónimo disse...

O Brandão Fereira sabe daquela raça dos "conquistadores do mundo" e não teme.
O que precisa para decidir avançar com uma candidatura a Presidente de Portugal?

João Carlos Abreu dos Santos disse...

Brandão Ferreira, meu estimado Amigo.

Mais um dos seus pratos 'gourmet'... sem espinhas.

Obrigado.