segunda-feira, 15 de abril de 2013

A SENILIDADE CAQUÉTICA DO DR. MÁRIO SOARES

“Infinitus est numerus stultorum” (É infinito o número dos tolos)
Eclesiastes
 
Veio o arvorado “pai democrata” afiançar em título de 1ª página: “Por muito menos do que isto mataram o Rei D. Carlos”. [1]
 
Vejamos se entendi bem: o Dr. Mário Soares (MS) pretende comparar a situação existente, àquela vivida pelo nosso Augusto Rei e comparar a sua acção à dos governantes actuais – nomeadamente o PR, Prof. Cavaco Silva – na solução da “crise” em ambas as épocas, e “alertar” o actual inquilino de Belém para que lhe pode acontecer o mesmo – presumo que metaforicamente…
 
O Dr. MS não se enxerga mesmo.
 
Quando o ilustre monarca foi vilmente assassinado, com seu filho primogénito, em 1/2/1908, tinham passado 88 anos da Revolução Liberal, de 1820, que virou o país de pantanas, até 1851 e depois nunca lhe conseguiu dar coerência e estabilidade, acabando em desastres políticos, sociais e financeiros sucessivos, que resultaram numa fuga para a frente, que culminou na implantação da República, em 5/10/1910 – de que o atentado do Terreiro do Paço foi a antecâmara – como se os problemas do país derivassem da existência da Família Real.
 
Imbecilidade semelhante, já tinha sido aduzida em 1820, ao tentar-se sentar no Trono, em vez de um Homem, um papel: a Constituição!
 
O Senhor Rei D. Carlos foi um monarca notável, patriota – por definição só podia – homem de carácter, probo, culto, com visão política, excelente diplomata, cientista e artista de rara sensibilidade. E deu exemplo de contenção e solidariedade em tempos de dificuldades generalizadas…
 
Aturou – é o termo - a maldita da política partidária – os partidos políticos, em geral, sempre constituíram uma pústula cancerosa na Nação – com menos paciência, é certo, com que seu pai, o bom do D. Luís, tinha feito e só se dispôs a interferir, mais “musculadamente” na cena política, quando o desastre era já extenso e o bloqueamento do sistema político, não só o aconselhava, mas exigia.
 
Ora a actuação dos republicanos maçónicos e carbonários – em que MS se diz rever - e, também de muitos políticos dos partidos que se diziam monárquicos, foi justamente no sentido de contrariar os esforços do Rei e de outros patriotas (nomeadamente militares), em travar o descalabro existente.
 
Ao matarem o Rei – que tinha acabado de assinar a ordem de degredo para África, pena a que os cabecilhas da última tentativa revolucionária tinham sido condenados (é bom lembrar que o Partido Republicano era um partido legal e estava representado no Parlamento) – acabaram por subverter e paralisar, a ordem existente.
 
Os pavorosos 16 anos da I República só ampliaram, catastroficamente, o desastre!
 
Ora são precisamente os “descendentes” políticos do primo-republicanos – com MS à frente - acompanhados por um batalhão de acólitos de ideologias erradas e organismos internacionalistas, que não têm nada a ver com a nação dos portugueses, que se vêm opor, agora, a outros políticos que estão a tentar (apesar de só quase fazerem asneiras) emendar as políticas erradas do anterior, em que todos também colaboraram.
 
Estamos, pois, no alvor de um “Surrealismo” de que nem o mestre Dali se lembraria…
 
Creio, até, que MS em vez de estar preocupado com a segurança do actual Presidente se deveria preocupar com a sua.
 
De facto quem tem responsabilidades como ele, na desgraça da retirada de pé descalço, a que chamam “Descolonização”; quem, sendo Primeiro – Ministro teve que chamar o FMI, para evitar a bancarrota; ajudou a meter o país na CEE, de qualquer maneira e a qualquer preço; ficou a ver a delapidação de grande parte dos fundos daquela organização indefinida, sem mexer um dedo e gozou que nem um nababo oriental, durante 10 anos de presidência, em que tinha o orçamento que queria, o que lhe permitiu dar duas voltas ao mundo em viagens “de estado” (ou de estadão) – e ficamos por aqui – deve estar mais preocupado consigo do que com alheios.
 
E até é possível que ande, a avaliar pela protecção policial, que ainda hoje lhe é dispensada e às suas propriedades, coisa que D. Carlos, que era um homem valente, dispensava, pois nem escolta tinha. Mas andava armado (era um excelente atirador) e dispunha-se a enfrentar o perigo…
 
Aliás, a mediocridade do seu percurso político - a que há que subtrair a oposição ao golpismo totalitário do PCP, em 1975, (de que foi militante – afinal “só os burros é que não mudam”…) e mesmo aí, tratava-se de luta pelo poder – só tem paralelo na mediocridade desta III República, de que MS ficará como um dos expoentes.
 
De facto apesar de ter herdado a “pesada herança” do Regime anterior; ter gozado do fluxo contínuo de fundos comunitários (cerca de dois milhões de contos/dia), sem nada fazer para os merecer, a não ser alienar capacidades, património e soberania (ou seja tudo o que realizou foi com riqueza que não produziu); e não ter qualquer ameaça externa ou interna grave, que pudesse tolher o desenvolvimento, foi obrigada a pedir a ajuda do FMI, por duas vezes e acabou falida, num protectorado vergonhoso, tutelado por um acrónimo repelente, a “Troika”!
 
Dr. MS o senhor, como português e como político, é uma desgraça e, mesmo em vida, é já uma mentira histórica.
 
Fará o favor de não tornar a falar no Rei, Senhor D. Carlos: o senhor não está qualificado para o fazer e Ele não merece ser maltratado.



[1] Entrevista ao Jornal “I”, de 12/4/13, sobre a situação política actual.

6 comentários:

Anónimo disse...

Bom post.

Mas mario soares deve-se escrever com letra pequena.

Zé Quintão disse...

Adamastor:
quase impossível acrescentar mais adjectivos a este senhor. Aconselharia a quem admira e gostasse de perceber o perfil deste "rajá" parido da revolução; que lesse as "Memórias de Humberto Delgado", onde se percebe o seu papel exímio de driblador de "advogado" de Humberto e ao mesmo tempo "amigo" do regime, aliás qualidades estas, demonstradas na sua longa carreira neste país que ajudou a empobrecer. Versátil e capaz de insultar tanto pessoal de farda, que para ele trabalhava, como andar montado em tartarugas, sempre teve uma governança só possível em "reinos" onde o rei tem olho e os outros são ceguinhos.
Já chega, pelo amor que tem (?)ao
país, deixe os portugueses abrir finalmente os olhos, para que possam lutar mais uma vez pela sua sobrevivência e independência, depois da "cambada" ter deixado neste estado, o esforço do Colectivo de séculos.

Ricardo disse...

Em 1975 o sr Soares advogava o socialismo em liberdade(entretanto colocado na gaveta) em contraponto ao socialismo de tipo soviético,não ignorando que alguns afirmam que o sr Soares fez o jogo dos capitalistas dentro e fora do país para derrotar a "verdadeira"revolução socialista.No entanto há vários indicios e factos que levam a crer em outras intenções por parte do pcp em 1975,vejamos o discurso do sr Soares(e eu não sou apoiante do ps,até porque acho que não virá solução do actual parlamento,mas isso é outra história) em julho de 1975: http://www.arqnet.pt/portal/discursos/julho02.html

Unknown disse...

Comentários ao seu excelente artigo serão supérfluos. Apenas para dizer que está aqui retratada a verdade histórica que deveria ser propalada aos quatro ventos, a fim do povo português "abrir" de vez os olhos...

Abreu dos Santos (senior) disse...

... que consta ter ocorrido – faz hoje 40 anos –, na sede de uma fundação (financiada no pós-guerra pela CIA/EUA), "berço" de um conhecido partido político germânico, o nascimento do "partido" de Mário Soares que, para o efeito, ali reuniu dúzia e meia de amigos: dele próprio; não de Portugal.

Estas reflexões de Brandão Ferreira, mais não são que uma rica prenda de aniversário.
Felicitações, ao seu autor.

Paulo Simões disse...

Infelizmente ainda levará honras de estado na hora da sua morte as quais serão exacerbadas caso o seu partido de amigos esteja no poder. Não contará com a minha presença por ser um dos responsáveis do meu país se encontrar no estado em que está após uma descolonização criminosa e uma entrada na CEE vergonhosa. Como governante foi uma verdadeira nulidade. Tenho pena que não fique ainda mais senil para ser mais verdadeira a sua existência.